quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Países amazônicos: combate ao aquecimento é dever global


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Com figurino inspirado em Evo, Lula recebe Sarkozy, da França, e Bharrat Jagdeo, da Guiana

Os países que compartilham a Amazônia advertiram nesta quinta-feira em Manaus que o combate ao aquecimento global é uma obrigação de todos, mas que os esforços dependem das responsabilidades e das possibilidades de cada um.

"A mudança climática só pode ser enfrentada de modo efetivo mediante um esforço global para que cada país contribua segundo suas plenas capacidades e em cumprimento do princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas", diz a Declaração de Manaus, aprovada pelos participantes da reunião.
"Enfatizamos a responsabilidade histórica dos países desenvolvidos nas mudanças climáticas. Nossos países já estão sofrendo seus impactos e sua superação exige apoio internacional suficiente e previsível, por razões de equidade", prossegue o texto.

Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, organizador e anfitrião da reunião, os países desenvolvidos destruíram todas as suas florestas há muito tempo e, por isso, têm mais responsabilidades na redução das emissões e na ajuda aos países em desenvolvimento a combater o aquecimento global.
Além de Lula, participaram da reunião desta quinta-feira seu colega da Guiana, Bharrat Jagdeo, e representantes dos Governos da Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Suriname e Venezuela.
Também esteve presente o presidente da França, Nicolas Sarkozy, como representante do único país europeu que conta com um território ultramarino na Amazônia, a Guiana Francesa.
"Já que a mudança climática afeta a todos, todos devem participar dos processos nos quais se decide sobre como tratá-la", diz o documento, ao defender uma maior participação dos países amazônicos nas discussões sobre o problema.

Segundo esse grupo de nações, os novos esforços que vierem a ser definidos na Conferência da ONU sobre a Mudança Climática, no mês que vem, em Copenhague, devem seguir os princípios do Protocolo de Kioto segundo os quais os países têm direitos e deveres diferenciados.
"Exortamos todos os países desenvolvidos a apresentar números claros, detalhados e não condicionados para seus compromissos (de redução de emissões) já que são um elemento-chave para que se possa chegar a um resultado estipulado", acrescenta o texto.

Os países amazônicos pedem apoio financeiro e tecnológico dos desenvolvidos para que os mais pobres possam financiar suas ações de controle e adaptação ao aquecimento global.
Nesse sentido, reafirmaram a proposta feita pelo Grupo dos 77 e pela China para que a ajuda dos ricos aos pobres para ações de combate ao aquecimento seja equivalente a entre 0,5% e 1,0% do Produto Interno Bruto (PIB) dos países em desenvolvimento.

Como compensação à ajuda financeira e tecnológica para seus projetos para controlar o efeito estufa, os países amazônicos se comprometem a se esforçar para "garantir que o crescimento econômico sustentável, inclusão social e sustentabilidade climática avancem de maneira convergente e harmoniosa".
O grupo adverte, além disso, que as medidas definidas não podem gerar restrições comerciais unilaterais ou fortalecer o protecionismo comercial.

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